A partir de agosto, motoristas que abastecerem seus veículos contarão com uma gasolina de melhor qualidade, mais parecida com o combustível utilizado nos Estados Unidos e em países da Europa. Isso porque em janeiro deste ano, a Agência Nacional do Petróleo e Biocombustível (ANP) divulgou a resolução 807/20, que estabelece uma nova especificação para a gasolina vendida no país.
O derivado de petróleo precisará ter uma massa específica mínima de 715 kg/m³ – índice que não era regulamentado até então – e número de octanas mínimo de 92 (atualmente é de 87) pela metodologia RON, que avalia a resistência do combustível à detonação.
Nesta semana, a Petrobras anunciou que já está preparada para produzir a nova gasolina em larga escala. Segundo a diretora de Refino e Gás Natural da estatal, Anelise Lara, “a qualidade intrínseca da gasolina vai aumentar em termos de octanagem e massa específica, o que significa um combustível mais eficiente e melhor proteção aos motores dos veículos”.
Com isso, o preço da gasolina vai subir – ainda não há uma previsão sobre valores -, mas a promessa é que a eficiência dos motores também aumente, ou seja, o consumo seja reduzido, permitindo que o motorista rode mais quilômetros com um litro do novo combustível.
Porém, algo que sempre diferenciou a gasolina estrangeira da nacional é a quantidade de etanol anidro adicionado à composição, que aqui, por lei, é de 27%. Nos EUA, por exemplo, esse percentual é de até 10%. E isso não vai mudar com a resolução da ANP, portanto mesmo aumentando o número de octanas da gasolina, ela ainda não será tão eficiente quanto lá fora, apesar das bem-vindas melhorias.
Gasolina cara beneficia o etanol
Apesar de estarmos falando de gasolina, o professor Silvio é um defensor do etanol, e explica: “Aumentar o preço da gasolina é positivo para o etanol, porque aumenta a concorrência e é positivo para esse combustível brasileiro”.
O Brasil teve uma longa história com o programa de desenvolvimento de motores flex e incentivos fiscais para valorizar o etanol, o que colocou o país como referência nesse tipo de motorização.
Como é calculado o preço da gasolina?
A Petrobras disponibiliza um gráfico que mostra como é composto o preço final da gasolina na bomba, que é constituído de quatro valores: preço do produtor, impostos, custo do etanol e preço de distribuição.
Tributos como ICMS (estadual) e CIDE (federal), somam 46% do total (29% e 17%, respectivamente), enquanto o preço de saída da refinaria corresponde a 28% do final. O resto é dividido entre o custo do etanol anidro e o valor da distribuição e revenda, com 13% cada.
Fonte: Auto Esporte