Todo mundo já sabe que volante torto, pneu “assobiando” nas curvas e carro puxando para um dos lados é sinal de que algo está errado com o alinhamento do veículo. Mas você sabe exatamente como esses sintomas afetam seu carro (ou o seu bolso!) e como resolvê-los da forma correta?

Para mostrar todos os efeitos causados por um carro “desalinhado”, a DPaschoal – empresa prestadora de serviços automotivos especializados – convidou a C/D para um teste prático em Interlagos: avaliar quatro carros e acertar qual era o problema específico de alinhamento em cada um deles.

A “brincadeira” tinha um motivo especial: mostrar a importância do chamado alinhamento total, que além de realizar o ajuste da posição das rodas na suspensão também faz o serviço de cambagem e cáster – posicionamentos conhecidos como ângulos de alinhamento. Ou seja, as posições ideais, fornecidas pela montadora, da montagem das rodas do carro.

Segundo Leandro Vanni, engenheiro de serviços da DPaschoal, esses ângulos de alinhamento têm como objetivo proporcionar a máxima eficiência quanto à dirigibilidade, conforto, segurança e economia de pneus e peças de suspensão.

Ao assumirmos o volante dos quatro Honda Civic, notamos logo de cara uma diferença brutal entre os veículos. Enquanto o carro de número 4 estava com o alinhamento impecável, o de número 2 insistia, irritantemente, em puxar para o lado esquerdo, exigindo correção do motorista durante todo o trajeto. Já o veículo de número 1 parecia intacto, mas um leve desajuste no alinhamento traseiro fazia com que o carro puxasse para a direita em velocidades maiores. Por último, o terceiro Civic apresentava cáster positivo, deixando a direção muito mais pesada na hora de esterçar em uma manobra.

Confira abaixo os benefícios que cada ajuste traz ao seu carro e outras dicas para não cair em nenhuma roubada.

Abertura de rodas “Convergência” e “Divergência”: Diferença entre as extremidades dianteira e traseira das rodas, mais popularmente percebida quando as rodas estão “abertas” ou “fechadas”. É considerada Positiva (convergente) quando as rodas do eixo dianteiro estão “voltadas” para dentro do veículo. Quando Negativa (divergente), as rodas do carro estão “voltadas” para fora. Quando ocorridas em excesso, provocam desgaste em forma de “dente de serra” no ombro interno do pneu.

Cambagem: Ângulo formado pela inclinação da roda em relação a um plano vertical. Este ângulo, quando dentro das normas indicadas, proporciona estabilidade ao veículo, e pode ser considerado “Positivo” (parte superior do pneu inclinada para fora do carro) ou “Negativo” (parte superior do pneu inclinada para dentro do carro).  O objetivo da cambagem é distribuir o peso do carro sobre a banda de rodagem dos pneus. Quando mal ajustado, pode pesar no seu bolso por aumentar consideravelmente o custo por quilômetro rodado.

Cáster: É a inclinação medida por uma linha imaginária entre o centro da roda e o ponto de fixação superior da suspensão. Esse ângulo proporciona sentido de direção ao veículo e retorno fácil de volante após o esterço. Quando o cáster for desigual, o veículo tende a puxar a roda para o lado mais negativo da direção. No caso de cáster positivo, o carro segue em linha reta, mas o volante fica mais pesado ao esterçar em uma manobra. Ambos, quando desiguais, podem provocar um desgaste acelerado da banda de rodagem dos pneus.

Alinhamento Traseiro: Sim, quando a suspensão é independente seu carro também precisa de alinhamento traseiro. De acordo com as especificações do fabricante, as rodas do eixo traseiro do veículo devem estar alinhadas às do eixo dianteiro em relação a linha imaginária central do veículo. Quando desalinhadas, um sintoma perceptível é o volante, que não ficará centralizado durante a condução, causando maior desgaste dos pneus.

Quando alinhar? Segundo a DPaschoal, o alinhamento deve ser feito em diversas situações: a cada troca de pneus; quando os pneus apresentarem desgaste irregular; quando os veículos puxarem para um dos lados; a cada 10 mil km rodados, por ocasião de rodízio ou balanceamento; em caso de substituição de algum componente da suspensão.

Alívio no bolso: Deixar de fazer o alinhamento do seu veículo para economizar não é uma ideia muito inteligente. De acordo com Leandro Vanni, a estimativa é que o veículo desalinhado por muito tempo reduza em 1/3 a vida útil dos pneus, além de aumentar o gasto de combustível e acelerar o desgaste dos componentes da suspensão. Levando em conta esses problemas, é mais vantajoso para o seu bolso fazer o alinhamento total, que custa entre R$ 89,90 e R$ 149, dependendo do tamanho do aro.

Fonte: Car and Driver

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