Os carros elétricos chegaram com tudo ao Brasil. Tanto que a expectativa, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), é alcançar 160 mil veículos vendidos em 2024. Tais modelos têm como destaque quesitos como economia e sustentabilidade em comparação aos modelos de combustão. E a experiência de ter e dirigir um carro elétrico é também muito diferente do que a maioria dos motoristas está acostumado. A estranheza é tanta, que surgem vários mitos e lendas sobre o uso e funcionamento desses carros.
Fato é que quando se trata de direção, a experiência do modelo elétrico é significativamente diferente em comparação com um veículo a combustão, tanto na forma de condução quanto nas sensações ao volante. Pensando nisso, neste texto, vamos falar um pouco mais sobre as principais diferenças e o que esperar no primeiro contato com um carro elétrico.
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Torque instantâneo
Primeiramente, os carros elétricos oferecem uma aceleração instantânea, pois o torque máximo está disponível imediatamente. Isso proporciona respostas rápidas, tornando as arrancadas e ultrapassagens mais ágeis em comparação com os carros equipados com motor a combustão, que precisam aumentar as rotações para atingir o torque máximo.
A diferença é tanta que um elétrico compacto e de uso urbano, como o GWM Ora 03, chega aos 100 km/h em 8,2 segundos. Apenas um segundo a mais que um BMW 320i, por exemplo, que custa mais que o dobro do compacto chinês.
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Barulho
Outra grande diferença é a ausência de ruído no carro elétrico. Enquanto os motores a combustão produzem um som característico, especialmente em altas rotações, os motores elétricos são praticamente silenciosos. Segundo estudo do Laboratório de Poluição Sonora da Universidade Brown, de Rhode Island (EUA), carros a combustão produzem quase o dobro de decibéis se comparados aos veículos elétricos na mesma velocidade.
Para muitos, essa característica cria uma sensação mais suave e tranquila ao dirigir, embora alguns condutores possam sentir falta da conexão auditiva com o veículo, especialmente para carros com apelo esportivo.
Frenagem
Em termos de frenagem, os carros elétricos usam do sistema regenerativo, que desacelera o carro quando o motorista tira o pé do acelerador, convertendo a energia de desaceleração em eletricidade para recarregar a bateria. Isso pode criar uma sensação diferente ao dirigir, já que o carro reduz a velocidade de forma mais brusca sem a necessidade de acionar os freios tradicionais com frequência.
Existem até modos de condução chamados de “um pedal” em que a frenagem regenerativa é tão agressiva, que é possível dirigir somente com o acelerador, acionando-o para acelerar e tirando o pé até parar completamente sem pisar no pedal de freio.
Peso
Outra diferença notável está no peso do carro. Os carros elétricos tendem a ser mais pesados por causa das baterias, o que pode alterar a sensação de dirigibilidade. O Renault Kwid E-Tech, 100% elétrico, por exemplo, pesa 152 kg a mais que o Renault Kwid com motor a combustão.
O Porsche Macan, que agora é oferecido somente em opção elétrica na nova geração, ficou 375 kg mais pesado, subindo de 1.920 kg para 2.295 kg. Esse peso extra muitas vezes contribui para uma melhor estabilidade em linha reta, mas pode afetar a dinâmica em curvas, dependendo do ajuste de suspensão e outros fatores.
Temperatura
Por fim, enquanto os carros a combustão precisam de tempo para esquentar o motor e funcionar de forma eficiente, os carros elétricos estão prontos para operar em pleno desempenho desde o momento em que são ligados. A experiência de dirigir ambos é única e envolve adaptar-se a essas diferenças, especialmente para aqueles acostumados ao comportamento de motores a combustão.
Fonte: Auto Esporte